Quando eu era muito pequeno, ainda na década de 1950, eu passava muito tempo na casa de meus tios; um deles trabalhava na Rádio Tupy, de São Paulo e, conseqüentemente, haviam muitos discos na sua casa. Logo aprendi a tocá-los sem causar-lhes muitos danos, e passava horas brincando em frente ao toca-discos. Escutava de tudo, mesmo porque eu não tinha muita escolha: ou eram discos de música popular, ou eram clássicos.
Com a chegada dos anos 60, chegou também o rock & roll, e troquei tudo aquilo pelo novo balanço e foi assim durante muito tempo. Já no final da década de 60, conheci Yes, Pink Floyd, Le Orme e outros muitos grupos de rock progressivo que vieram aparecendo. Minha atração foi imediata, mas foi só nos anos 70 que entendi o motivo dessa atração. As faixas tinham como instrumento quase que permanente os teclados, que por sua vez colocavam elementos da música clássica nas músicas. A partir desse entendimento, voltei a procurar os discos clássicos que "herdei" dos meus tios e comecei a absorver a melodia criada pelos mestres. A partir de então, em um momento ou outro de minha vida, dedico algum tempo a esse estilo de música.
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